quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O Diário de Anne Frank



Semana passada eu terminei de ler O Diário de Anne Frank. Demorei mais tempo pra ler do que eu imaginava.

É que é assim, depois que se lê Bernard Cornwell, onde as descrições detalhadas das batalhas nos fazem sentir o cheiro da pólvora e suor, espera-se um pouco mais de um livro que se passa durante a guerra, ainda mais se é um relato de uma menina judia que viveu dois anos escondida dos nazistas num sótão com mais sete pessoas, tendo pra comer às vezes apenas feijão ou verdura podre. Eu achei que o diário da Anne Frank deixou um pouco a desejar. Mas não dá pra exigir muito, afinal, é o diário de uma menina de 14 anos.

Por páginas e páginas seguidas ela fala do amor que vai nascendo por outro morador do Anexo Secreto, e praticamente não fala da angústia de viver escondida e com medo. Eu esperava que o livro fosse mais chocante.

E depois de dois anos, todos os moradores do Anexo Secreto foram parar em campos de concentração, e a menina Anne Frank acabou morrendo de tifo antes de completar 16 anos...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Ovus erectus



Hoje a Ana Maria Braga falou que uma semana antes ou uma semana depois do início da Primavera, é quando o planeta Terra está mais equilibrado (fisicamente falando), porque os polos Norte e Sul estão alinhados em relação ao Sol (ou coisa que o valha), portanto, nessa época é mais fácil de equilibrar ovos em pé. Sim, em pé, na vertical.

É um exercício anti-stress e tanto!

Na hora do almoço eu tentei. Não consegui...

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

O que aconteceu mesmo? (Parte 3)

Então, eu tava prestes a perder meu emprego; estava online esperando alguma família entrar e contato comigo.

Se não me engano, recebi o primeiro e-mail no dia 03 de fevereiro. O email dizia que a família Fulano de Tal estava interessada no meu perfil, e continha dados como o nome dos pais, o sexo e a idade das crianças, lugar onde moravam e se tinham ou não pets. Só que receber esse e-mail de notificação não quer dizer nada, já que a família pode entrar no perfil e não entrar em contato com a menina. No caso, recebi um e-mail da mãe no dia seguinte, falando um pouco da família. A primeira família que entrou em contato comigo tinha um filho só, de cinco anos. Moravam em Washington, DC, e me deu medo só de me imaginar numa cidade grande.

Poucos dias depois uma família de uma cidadezinha do Illinois me contatou. Cidade pequena, mas perto de Chicago. Três crianças, duas meninas e um menino, de 8, 9 e 10 anos. Idade boa, porque provavelmente eu só teria que dirigir as crianças, mas putz, eram três...

A primeira família sumiu, mas logo outra apareceu. Não me lembro de onde, mas lembro que uma das três filhas se chamava Calipso. Essa família mandou um e-mail gigante, mas bem impessoal -aposto que várias meninas receberam um igualzinho- e continha informações sobre as instalações da menina, inclusive que o quarto tinha janela. Na hora pensei "Como assim?! Isso lá é informação que se passe assim, num primeiro contato?", e só depois é que eu fui descobrir a importância de saber de antemão se seu quarto teria ou não janela.

O pai era francês e a mãe de família coreana, e a palavra "rígida" parecia o nome dela, e ops, eram três, então educadamente eu disse "brigadatchau!"

A quarta família a entrar em contato era de uma cidadezinha bem pequenininha, mas a 30 minutos de NY. Duas crianças, menina de 2 anos e meio e menino de 5. A mãe descreveu o menino como "tímido", e isso me soou tranquilizador. Logo quando eu estava ficando animada com essa família, a primeira reapareceu. Hum, duas crianças... uma criança...

Apareceu a quinta família, com um e-mail escrito praticamente nada, e três crianças entre 3 e 8 anos. No primeiro e-mail já dispensei.

Os e-mails com a família de uma criança e com a de duas crianças foram evoluindo, e evoluiu ao ponto de quererem falar comigo por telefone. Isso tudo aconteceu até mais ou menos 10 de fevereiro. As coisas estavam acontecendo muito rápido!

Marcamos uma data pra me ligarem.

Ai, modeuso, eu ia ser entrevistada!

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Bzzz



Pausa na novela "O que aconteceu mesmo?" só pra dizer que hoje eu ouvi a primeira cigarra desse ano.
Cigarras não são bonitas, mas eu adoro o canto delas. Gosto de passar na praça no fim da tarde e ficar anestesiada com o som.
Bzzz....

terça-feira, 7 de setembro de 2010

O que aconteceu mesmo? (Parte 2)



Onde foi que eu parei? Ah, é! Eu queria ser au pair!

Então eu passei 2007 e 2008 acompanhando o que minha amiga fazia nos Estados Unidos, e lendo blogs de outras meninas.
Entrei em contato por e-mail com duas agências, e a Experimento me respondeu no dia seguinte, super atenciosamente. Fiz umas 5738 perguntas pra agente, e ela sempre me respondia com uma super paciência. O tempo foi passando, e ela até chegou a me ligar duas vezes, pra saber se eu tinha decidido alguma coisa. Passaram-se meses, e vira e mexe eu perguntava alguma coisa pra ela, e ela sempre com a mesma paciência e atenção.

Em 2009, com a faculdade terminando e eu sem saber o que ia ser da minha vida, comecei a pensar mais sério na coisa, mas tinha um problema: e o dinheiro?
Então eu apelei pra minha mãe. Eu sabia que ela tinha um dinheiro guardado, e pedi um empréstimo pra ela. Ela me perguntou se eu tinha certeza de que era isso que eu queria, e sim, eu tinha.

Então em Setembro de 2009 eu fiz a minha inscrição na Experimento. De tanto ler nos blogs, eu já sabia tudo o que eu tinha que fazer: preencher um application praticamente interminável, ir atrás de passaporte (visto, só quando fechasse com a família), PID (permissão internacional para dirigir), preencher formulário médico, preencher referências de caráter, teste de personalidade, teste de inglês, escrever uma carta pra host family, fazer um vídeo falando sobre mim, etc... Entreguei meu application em Novembro, e só ficou faltando o passaporte, que só consegui agendar pra Janeiro de 2010.

De Novembro a Janeiro, como eu já tinha entregado toda a documentação, eu só tive que esperar. Meu passaporte ficou pronto no dia 19 de Janeiro, e no mesmo dia mandei uma cópia pra agência. Agora era só esperar pelo aceite.

Em Janeiro meu patrão veio conversar comigo. Desde o final do ano ele estava trabalhando em outra cidade, e a loja dele (de informática) estava meio abandonada, já que o filho dele de 17 anos passava o dia todo na loja jogando video game mas tinha preguiça de trabalhar. A loja começou a funcionar mais como depósito, e ele disse que talvez precisasse fechar a loja por uns tempos, mas se isso acontecesse, seria dali a uns dois meses. Enquanto isso eu esperava o aceite da Au Pair in America.

Algumas meninas esperavam coisa de dois meses pelo aceite, e eu tentei não ficar muito ansiosa. Mas no dia 29 de Janeiro, bem no meu aniversário, recebi o tão esperado e-mail com o aceite! Essa era a última etapa antes do meu perfil ficar online no site da agência, disponível pras famílias. Online, enfim. E agora sim eu estava ansiosa, porque a qualquer momento eu poderia receber o e-mail da agência informando que alguma família tinha entrado no meu perfil. A qualquer momento eu poderia receber e-mail de alguma família. E a qualquer momento meu patrão poderia me informar que eu ia perder meu emprego.

É, eu tava muito ansiosa!

Continua...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O que aconteceu mesmo? (Parte 1)



Pra que fique registrado aqui o motivo da ausência por tanto tempo do blog, vou ter que queimar um monte de neurônios pra lembrar das coisas na ordem certa...

Então que em 2007, quando eu entrei na faculdade, uma amiga minha que tinha se formado no mesmo curso (Letras) em 2006, foi pros Estados Unidos. Ela foi num programa de intercâmbio chamado Au Pair. Esse é um programa de um ano (que pode ser extendido por mais 6, 9 ou 12 meses), que custa muito mais barato do que um intercâmbio de 4 meses; e não é só um intercâmbio de estudo, mas de trabalho+estudo. Nesse programa a menina vai morar na casa de uma família americana e o trabalho consiste em cuidar das crianças dessa família. Por esse trabalho, a menina recebe um salário semanal de US$195,75, com um dia e meio de folga por semana, um final de semana de folga por mês, duas semanas de férias remuneradas e uma bolsa de estudos de até US$500 no ano. Além do que você dorme e come na casa da família, sem pagar nada (a menina só paga a se comer na rua), e na maioria das vezes, a família até fornece um celular.

Não sei direito quais são os pré-requisitos pra uma família poder receber uma au pair, mas sei que a casa tem que ter um quarto só pra ela. O banheiro pode ser compartilhado com a família, mas o quarto tem que ser só dela, não importa onde seja: mesmo andar, sótão ou basement.

Já os pré-requisitos pra uma menina poder ser au pair são: ter entre 18 e 26 anos; ser solteira e sem filhos; ter conhecimento intermediário de inglês; gostar de crianças; ter, no mínimo, 200 horas de experiência comprovada com crianças (trabalho voluntário, cheches, trabalho como babá, cuidar da filha da vizinha); ter concluído o Ensino Médio; ter carteira de motorista. E apesar de a maioria das agências colocar nos pré-requisitos que tem de ser do sexo feminino, algumas agências têm o Male Au Pair, mas tem que ter um mínimo de 1000 horas de experiência comprovada com crianças, e algumas até exigem formação em curso de Educação Física.

Na teoria, o programa se chama Au Pair (ao par, em francês) porque a menina seria recebida na casa como um membro da família americana, mas na real, é um emprego. Claro que tem muitas meninas que são realmente recebidas como mebro da família, que fazem as refeições junto, que viajam junto, que passam seu tempo off na companhia da família, essas coisas, mas também tem menina que é tratada como empregada, que não é bem-vinda à mesa, e que conta as horas pra ficar off logo ou passar o fim de semana longe da família. Mas existem famílias e famílias, e au pairs e au pairs...

Esse é um programa muito interessante, porque a menina adquire experiência, fica mais independente, aprende a se virar sozinha, amadurece, treina muito muito muito o inglês, aprende uma nova cultura, faz coisas novas, come coisas novas, vê coisas novas, faz muitos muitos muitos amigos, pode estudar, viajar, juntar dinheiro, gastar dinheiro, e no fim do ano, vai ter um atrativo e tanto para o currículo.

Muito bem. Então esssa amiga minha foi ser au pair na Virginia. Ela cuidava de três crianças e eu fui acompanhando o ano dela pelas fotos e por recados no orkut. Quanta coisa ela fez! Quanta coisa ela viu! E eu fui me interessando. Comecei a procurar blogs de au pairs e futuras au pais, e comecei a me perguntar se eu também poderia fazer isso. Será que eu conseguiria? Eu conseguiria!

E mais, eu queria!

Continua...